Projetos com alma

 Abril de 2014





Outro dia eu estava discutindo com outra arquiteta sobre projetos de arquitetura, no meio de muitas comparações acabei soltando o conceito de “projeto com alma”. Mas o que seria um projeto com alma? Eu diria que a alma do projeto pode ser definida pelo arquiteto e/ou pelo próprio cliente. 

Para uma melhor definição, vou começar falando o que não é um projeto com alma: Aquele que o cliente quer copiar a casa do seu amigo fulano, ou a mansão daquela atriz que saiu na revista. Ou aquele que o arquiteto acaba tendo que adaptar de um outro projeto já pronto, ou simplesmente fazer exatamente o que o cliente pediu, sem imprimir o seu olhar arquitetônico sobre a ideia.

Acho que um projeto com alma é aquele que dá vitalidade e ânimo para quem participa dele. Não precisa ser uma obra faraônica, muito imponente ou luxuosa, pode ser simples, com baixo custo, mas tem que ter criatividade, tem que haver algum motivo para vibrar e comemorar, tem que ser a realização de um sonho.

Uma pena é quando projetos com alma não saem do papel, com o tempo o papel vai amarelando e aquele sonho vai ficando esquecido, é triste ver que um sonho caiu no esquecimento.

Projeto com alma pode ser surpreendente para quem se depara com o objeto construído, pode aguçar os sentidos de uma criança, trazer harmonia para uma família ou causar grande alegria a um idoso. O que cansa são aqueles projetos que não têm vida, nascem de uma demanda de higienizar e padronizar os espaços, de inibir os que utilizam dele. Muitos desses projetos são “brilhosos” e reluzentes, passam a impressão de ser um bom projeto, mas não passam de espaços que escondem as nossas verdades, as nossas emoções, muitas vezes eles incentivam a impessoalidade, a distorção do foco, o consumismo, o desligamento do mundo a nossa volta.

Quem não conhece um espaço assim, sem alma?